A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), divulgou no início de janeiro, os dados consolidados da balança comercial brasileira de 2024. No acumulado de janeiro a dezembro de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado, as exportações totais caíram -0,8% e somaram US$ 337,04 bilhões. As importações cresceram 9,0% e totalizaram US$ 262,48 bilhões. Com esses resultados, a balança comercial teve superávit de US$ 74,55 bilhões e a corrente de comércio registrou aumento de 3,3%, atingindo US$ 599,52 bilhões.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), os resultados refletem os desafios enfrentados pelo setor durante 2024. Entre os mais críticos estão: entraves logístico-portuários, greves dos servidores em órgãos anuentes nos processos de exportações, ameaça de paralisação dos estivadores nos Estados Unidos e conflitos bélicos que acometeram o cenário global no ano passado.
O complexo cenário logístico impacta diretamente no volume exportado. “São muitas variáveis para as quais, infelizmente, não há soluções em curto prazo. As melhorias em infraestrutura para ampliar a eficiência nos serviços, demandam planejamento e investimentos em médio e longo prazo. Foi mais um ano em que enfrentamos atrasos para os embarques de nossos produtos, custos excessivos e operações que não atenderam nossas necessidades de escoamento”, afirma Paulo Pupo, superintendente da Abimci.
Os dados compilados pela Abimci mostram os Estados Unidos e União Europeia como os principais destinos dos produtos de madeira brasileiros em 2024. Quanto aos volumes exportados, houve variação entre os diversos segmentos madeireiros, com alguns registrando crescimento ou mantendo sua participação de mercado, enquanto outros apresentaram redução nas exportações. A oscilação é influenciada também por características específicas dos mercados de destino, sazonalidades, taxas de juros e desempenho do setor de construção civil dos países compradores.
“Apesar de todos os desafios enfrentados diante da complexidade e da dinâmica do mercado global, o setor madeireiro brasileiro manteve relativa estabilidade em termos de volume exportado em 2024. Embora tenhamos percebido uma pequena recuperação no volume embarcado nos últimos meses do ano, em grande parte devido à realocação de embarques represados e à liberação de reservas de espaço (bookings) antigos, quando analisamos o desempenho das exportações ao longo de 2024 e mesmo nos últimos dois anos, os números não refletem, necessariamente, aumento real das nossas exportações e, sim, mais uma recuperação das quedas ocorridas desde 2022. Porém, alguns segmentos registraram, sim, crescimento em 2024, mas isso precisa ser analisado de forma mais aprofundada para cada produto exportado”, conclui Pupo.
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