Realizada em Hanover (Alemanha), a Ligna é uma das principais feiras do mundo para o setor madeireiro. De acordo com os organizadores, a feira reuniu em cinco dias mais de 1,5 mil expositores e aproximadamente 90 mil visitantes, cerca de 40 mil de fora da Alemanha.
A Malinovski organizou uma comitiva de profissionais brasileiros para participar da feira e de outras atividades no país. O engenheiro florestal e diretor executivo da Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Mauro Murara Jr. foi um dos participantes e contou ter ficado impressionado com o que viu. “Foi minha segunda vez na Ligna. Desta vez a automação e a robotização chamaram muito a atenção. A indústria 4.0 está muito forte, também na produção e industrialização da madeira”, afirma ele.
Uma tendência observada por ele foi a questão das energias renováveis e a oportunidade que o setor florestal tem. “Vimos muitas empresas com linhas para fabricação de pellets e briquetes de alta densidade, para geração de energia e alimentação de plantas industriais”. Ele destaca também equipamentos e ferramentas para serraria, com alto nível de automação. “Regulagem automática, materiais inovadores, serras mais resistentes que demoram mais para perder o fio. É realmente uma revolução tecnológica. Os centros de usinagem, muito utilizados pela indústria moveleira no Brasil, estavam presentes e com novidades.”
Uma curiosidade, apontada pelo diretor da ACR na Ligna, foi a presença muito forte dos chineses. “Havia muitos visitantes e empresas chinesas, interessados não só em oferecer produtos e serviços, mas também em conhecer o que os outros países estão fazendo e assim buscar mais competitividade de mercado.”
A comitiva brasileira também participou de um dia de campo organizado pela PONSSE, com demonstração de colheita florestal mecanizada. Dois equipamentos, um harvester Ergo e um forwarder Buffalo, foram apresentados. “A demonstração aconteceu em uma área íngreme. São três principais espécies nativas, que entram em ponto de corte entre 40 e 50 anos. A condução destas florestas é por regeneração natural”, explica ele.