De acordo Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), após alcançar em 2022 o recorde histórico de vendas de máquinas da linha amarela (movimentação de terra), o mercado brasileiro sentiu os efeitos da sazonalidade do primeiro trimestre do ano, das mudanças climáticas e da transição do novo governo. Com isso, a avaliação da associação é de que o primeiro semestre de 2023 apresenta um volume menor de comercialização de equipamentos da linha amarela em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Nos dois últimos anos, o setor não passou pelo ciclo sazonal no primeiro trimestre, devido à conjuntura apresentada pela pandemia. Este ano, a dinâmica da operação voltou ao período pré-pandemia”, explica Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, que acrescenta ainda que o volume recorde de 2022 também impacta as vendas em 2023. “Os agentes que compram as máquinas são os mesmos. Por isso, são necessários pelo menos seis meses para que eles possam planejar novos investimentos”.

Outro fator a ser avaliado pelo mercado é o preço das máquinas. Durante a pandemia, Daniel lembra que o preço da tonelada do aço subiu para cerca de US$ 1100, quando era comercializado anteriormente por um valor entre US$ 400 e US$ 500. Essa alta expressiva elevou consideravelmente o preço das máquinas. Atualmente, a tonelada de aço está entre US$ 600 e US$ 700, o que resultou em uma queda nos preços dos equipamentos. “A diferença entre valores de fabricantes de maior porte e menor porte começou a ficar discrepante, além disso equipamentos da China e da Índia com preços competitivos e configurações diferentes também chegaram ao mercado”.

Para o segundo semestre, a expectativa é de uma recuperação nas vendas. “A indústria está se movimentando para ter esse viés de alta e os bancos das fabricantes podem favorecer o mercado. A queda da taxa de juros pode contribuir para essa retomada, bem como outras linhas de equipamentos, como motoniveladoras, rolos compactadores, as minis, devem ajudar a equilibrar a oferta e a demanda”, analisa Daniel.

Escrito por Felipe Stresser