De olho da COP30 como uma oportunidade de colocar o setor florestal entre os protagonistas de soluções ambientais para o planeta, a a Bracell realizou no fim de outubro um encontro com lideranças e especialistas. O Seminário Bracell 2030 – O Brasil na vanguarda do clima: da bioindústria à economia regenerativa, discutiu os eventos climáticos extremos e como o Brasil pode liderar a agenda climática mundial, impulsionado pela inovação da bioindústria e por uma nova economia.
“Acreditamos verdadeiramente que o Brasil tem potencial para liderar a agenda climática global, buscando novas soluções baseadas em regeneração, circularidade e inovação. Na Bracell, nossas operações no Brasil são guiadas pela filosofia dos 5C’s: tudo o que fazemos deve ser bom para a Comunidade, para o País, para o Clima – uma das razões pelas quais estamos aqui hoje – e para o Cliente. Só assim será bom também para a Companhia. E temos orgulho em dizer que nossas operações no Brasil são positivas para o clima, absorvendo mais carbono do que emitimos”, declarou o presidente da Bracell, Praveen Singhavi em seu discurso inicial.
Mediado pela jornalista Leila Sterenberg, o evento também contou com um painel sobre economia verde, que teve os painelistas: Ana Toni, CEO da COP30; Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relacionamento com o Mercado do Safra; Paulo Hartung, presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá); e Antônio Joaquim, conselheiro de empresas.
Ana Toni, CEO da COP30, destacou que a conferência sediada pelo Brasil representa um ponto de virada na integração entre economia e clima. “A COP30 é mais do que um evento: é um processo coletivo de transformação. Estamos dando visibilidade a novos modelos de negócios baseados em restauração, bioeconomia e agricultura regenerativa, soluções que já existem no Brasil e que precisam ser escaladas. É esse movimento, somado à mobilização do setor privado e de governos subnacionais, que vai acelerar a implementação da agenda climática”, disse ela.
A silvicultura paulista vive um momento de destaque no cenário nacional. De acordo com o IBGE, em 2024 o Valor Bruto da Produção (VBP) do setor atingiu R$ 5,7 bilhões, o que representa 15% do total nacional e um aumento de 29% em relação a 2023. No geral, o país também registrou crescimento, porém percentualmente menor que São Paulo. Entre 2023 e 2024, o VBP da silvicultura nacional passou de R$ 31,6 bilhões para R$ 37,1 bilhões, 17% a mais no período.
Em São Paulo, os segmentos de madeira para processo (usada na fabricação de painéis, papel e celulose) e madeira para serraria, foram os principais motores desse avanço, com aumentos de 25% e 60%, respectivamente. A madeira para processo segue como o principal produto florestal do estado, respondendo por 68% do VBP da silvicultura paulista, o que correspondeu a R$ 3,9 bilhões e 26% do valor nacional nesse segmento em 2024. Já a madeira destinada para serrarias no estado de São Paulo somou R$ 875,5 milhões no ano passado, correspondendo a 15,3% do VBP silvicultural paulista.
A resina de pinus, base para fabricação de colas industriais, adesivos e até chicletes, é outro produto de destaque da silvicultura paulista. Matéria-prima essencial na indústria química é utilizada da fabricação de breu e terebintina, que entram em produtos como desinfetantes, perfumes, aromatizantes e solventes. É componente de pomadas, cremes, esmaltes e fragrâncias.
De acordo com o IBGE, São Paulo tem liderança absoluta na produção de resina de pinus no Brasil. O estado foi responsável por 64% do VBP nacional e registrou alta de 19% em valor, totalizando R$ 352,9 milhões em 2024.